Vidigal, o dono de uma loja, estava colocando um anúncio na porta.
Cachorrinhos à venda.
"Esse tipo de anúncio sempre atrai as crianças", pensou ele.
Carlinhos, de seis anos, entrou na loja e perguntou:
- Moço! Qual é o preço dos cachorrinhos?
Vidigal respondeu:
- Entre R$ 30,00 e 50,00.
Carlinhos colocou a mão no bolso, e retirou algumas moedas...
- Puxa! Só tenho R$ 2,30. Pelo menos posso vê-los?
O homem sorriu e assobiou...
De trás do balcão sairam correndo uma cadela seguida de cinco cachorrinhos.
Um deles estava ficando para trás. Carlinhos imediatamente apontou para aquele que estava mancando.
- O que aconteceu com este?
Vidigal lhe explicou que quando o cachorrinho nasceu, o veterinário lhe disse que ele tinha uma perna defeituosa e que andaria mancando pelo resto de sua vida.
O menino se emocionou e disse:
- É esse o cachorrinho que eu quero comprar!
O homem respondeu:
-Você quer comprar este cachorrinho?
- Sim, respondeu Carlinhos categórico.
- Bom! Se realmente é o que quer, leve-o! É um presente.
Carlinhos, simplesmente não gostou do que ouviu, e olhando diretamente para Vidigal, lhe disse:
- Eu não quero que você me dê de presente! Ele vale tanto quanto os outros. Pagarei o preço completo. Agora, vou lhe dar meus R$ 2,30 e a cada mês lhe darei R$ 0,50, até pagá-lo por completo.
Vidigal respondeu:
- Você quer comprar de verdade este cachorrinho, filho? Ele é alejado. Nunca será capaz de correr, saltar, brincar como os outros.
Carlinhos se agachou e levantou a calça para mostrar sua perna esquerda cruelmente retorcida e inutilizada, suportando um grande aparelho de metal.
Olhou de novo para Vidigal e disse:
- Bom, eu também não posso correr muito bem! Ele irá precisar de alguém que o entenda.
Vidigal sentia-se envergonhado e seus olhos encheram-se de lágrimas...
Sorriu e disse:
- Filho, só espero que cada um desses cachorrinhos tenham um dono como você.
Moral da História:
Na vida não importa como somos, mas que alguém nos aprecie pelo que nós somos.
Te aceite e te ame incondicionalmente.
Um verdadeiro amigo é aquele que chega quando o resto do mundo já se foi.
Amigos não tem defeitos, e quem tem defeitos, também pode ser amigo.
(Colaboração de Elisabete Nunes Martins)
Obs: A foto que ilustra esta história, é um hóspede da ASPA que tem a pata dianteira esquerda quebrada.